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O Cheiro dos Livros

Depois de ser uma aventura radiofónica resume-se agora a uma forma de manter a minha biblioteca pessoal organizada...

O Cheiro dos Livros

Depois de ser uma aventura radiofónica resume-se agora a uma forma de manter a minha biblioteca pessoal organizada...

Em teu ventre de José Luís Peixoto (Opinião)

Milheiras, 12.01.25

Início da leitura: 30 novembro 2024 Terminus: 12 de janeiro de 2025 Título: Em teu ventre Autor: José Luís Peixoto

Opinião:

Apesar de ser sobre um tema fraturante da nossa sociedade, o livro não toma partido, apenas tenta transmitir a visão entre pais e filhos, sobre algo tão impactante. Coloca-nos a pensar à luz daqueles tempos, mas ao mesmo tempo não nos podemos deixar de questionar como seria nos nossos dias.

À Sombra da Angústia de Jorge Serafim

Milheiras, 20.12.24

Título: À Sombra da Angústia Autor: Jorge Serafim ISBN: 9789727809417 Edição ou reimpressão: junho de 2024 Editor: Âncora Editora Idioma: Português Dimensões: 146 x 231 x 7 mm Encadernação: Capa mole Páginas: 110

Sinopse: Uma casa de família esvazia com o passar do tempo. Tudo vai sobrando. O gerúndio é o crescimento em movimento. Sobram pratos, roupas de cama, divisões e silêncio demorado. As memórias assentam praça nos lugares mais recônditos do corpo. Um casal partilhando a vida em conjunto há cerca de setenta anos, para combater a ausência que os transtorna, multiplica as recordações na janela da marquise onde passam muitas horas sentados enfrentando o vazio que os assola. Como a Lenda da cidade de Beja, em que um touro foi envenenado para combater uma cobra monstruosa, assim se transverte a vida. O medo transforma-se em superstição, a ausência em recordação. O rumo que cada um segue é um percurso feito de sonho, sentimento, desilusão e paixão. Ver partir é contrabalançar o desenrolar da existência com as angústias do coração mãe e do coração pai. Neste entrançar de histórias colectivas caminhadas individualmente, é no afecto que permanece a palavra família. Envelhecemos para dar sentido ao estendal despido de roupa, à porta da rua que pouco abre, às palavras que ficaram por dizer e aos abraços que ficaram por abraçar. É no regresso que a solidão esmorece e o amanhã não tem medo de existir.

Marquesa de Alorna Do cativeiro de Chelas à corte de Viena de Maria João Lopo de Carvalho

Milheiras, 13.09.24

SINOPSE Leonor, Alcipe, condessa d’Oeynhausen, marquesa de Alorna - nomes de uma mulher única e invulgarmente plural. Chamei-lhe Senhora do Mundo. Poderia ter-lhe chamado senhora dos mundos. Dos muitos mundos de que se fez senhora. Inconfundível entre as elites europeias pela sua personalidade forte e enorme devoção à cultura, desconcertou e deslumbrou o Portugal do séc. XVIII e XIX, onde ser mãe de oito filhos, católica, poetisa, política, instruída, inteligente e sedutora era uma absoluta raridade. Viveu uma vida intensa e dramática, mas jamais sucumbiu. Privou com reis e imperadores, filósofos e poetas, influenciou políticas, conheceu paixões ardentes, experimentou a opulência e a pobreza, a veneração e o exílio. Viu Lisboa e a infância desmoronarem-se no terramoto de 1755, passou dezoito anos atrás das grades de um convento por ordem do Marquês de Pombal e repartiu a vida, a curiosidade e os afectos por Lisboa, Porto, Paris, Viena, Avinhão, Marselha, Madrid e Londres. Marquesa de Alorna, Senhora do Mundo é uma história de amor à Liberdade e de amor a Portugal. A história de uma mulher apaixonada, rebelde, determinada e sonhadora que nunca desistiu de tentar ganhar asas em céus improváveis, como a estrela que, em pequena, via cruzar a noite.

O Tempo dos Amores Perfeitos de Tiago Rebelo

Milheiras, 30.08.24

SINOPSE Tiago Rebelo conta-nos as aventuras de um oficial português em Angola, nos finais do século XIX, nos conturbados anos que se seguiram ao Ultimatum britânico, uma época em que a coroa portuguesa se debate com extremas dificuldades militares no interior da colónia. Num universo de ficção e veracidade histórica acompanhamos a história de sobrevivência do jovem tenente Carlos Augusto de Noronha e Montanha, um antepassado do escritor, que é destacado para algumas das operações mais difíceis no interior de Angola, e o seu romance impossível com Leonor, a filha do governador, rebelde e determinada. Intensamente apaixonados vêem, no entanto, a sua relação amorosa comprometida por conflitos de interesses que opõem a família de Leonor ao tenente Montanha.

Ai, Alentejo… Memórias rurais de Abílio Maroto Amiguinho

Milheiras, 31.05.24

Título: Ai, Alentejo… Memórias rurais
Autor:  Abílio Maroto Amiguinho
ISBN: 9789895663583
Edição ou reimpressão: dezembro de 2023
Editor: Edições Colibri
Idioma: Português
Dimensões:159 x 232 x 16 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 230
 
«Este livro abrange cerca de duas décadas, a maioria dos anos imediatamente antes do 25 de Abril e logo após. Correspondem, grosso modo, ao consumar do declínio de um tempo longo, no dizer do eminente sociólogo rural Oliveira Batista. A seu ver iniciado nos anos cinquenta do século passado, acelerado, considero eu, pela poderosa vaga migratória dos anos 60, a que o 25 de Abril, mais a designada Reforma Agrária, puseram um fim, no dealbar dos anos 80. Aquilo que classificou como o dissociar progressivo da agricultura e do mundo rural foi transfigurando o que durante séculos parecia imutável. Nos costumes, nas práticas agrícolas dominantes, nas relações sociais de produção, nos modos de vidas, nos comportamentos... Nascia-se, casava-se, trabalhava-se e morria-se na aldeia ou no território à medida do seu horizonte, permanecendo uma vida do mesmo lado social: quase todos pobres e alguns ricos. Recebo o texto e leio-o num ápice com emoção e encantamento. (...) A obra de Abílio Amiguinho é uma produção literária fundada no cerzir de curtas narrativas, que se instituem como saborosas estórias próprias de um livro de contos. Trata-se de um livro tão pessoal que foi escrito com as vísceras profundas de uma tradição literária alentejana em que se inscrevem muitos outros autores. Penso, nomeadamente, no Saramago de Levantado do Chão, no Rodrigues Miguéis de O Pão Não Cai do Céu e em Manuel da Fonseca com o seu Cerro Maior. A este propósito, também associo os escritos de Abílio Amiguinho a autores de outras paragens, mas tão universais como Jack London e George Orwel que vestiram a pele dos condenados da terra, para melhor encarnar as suas ansiedades de uma sociedade mais justa.»
Rui Canário

Roteiro Histórico de uma Lisboa Africana Séculos XV-XXI de Isabel Castro Henriques

Milheiras, 17.05.24

 
Título: Roteiro Histórico de uma Lisboa Africana Séculos XV-XXI
Autor:  Isabel Castro Henriques
ISBN: 9789895660865
Edição ou reimpressão: junho de 2021
Editor: Edições Colibri
Idioma: Português
Dimensões:140 x 213 x 6 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 96
 
Lisboa, cidade de tantos vales e colinas quantos os mitos que envolvem a sua história e as populações que a inventaram, estende-se ao longo do Tejo, no lugar onde o rio termina o seu percurso por terras ibéricas e mergulha no oceano Atlântico.

Lisboa nasceu na colina do Castelo de São Jorge, onde um povoado da Idade do Bronze deixou os seus vestígios, que cruzaram com muitas outras marcas gravadas por gregos, fenícios, lusitanos, romanos, visigodos, árabes, judeus e cristãos.

Um longo caminho de gentes e de culturas, de estórias e de lendas, de deuses e de heróis que, como Ulisses o fundador mítico da cidade - Olisipo - que lhe deve o nome, construíram e reconstruiram este espaço urbano.

Os «Pretos do Sado» História e memória de uma comunidade alentejana de origem Africana (Séculos XV-XX) de Isabel Castro Henriques e João Moreira da Silva

Milheiras, 03.05.24

Título:  Os «Pretos do Sado» História e memória de uma comunidade alentejana de origem Africana (Séculos XV-XX)
Autor:  Isabel Castro Henriques e João Moreira da Silva
ISBN: 9789896899967
Edição ou reimpressão: setembro de 2020
Editor: Edições Colibri
Idioma: Português
Dimensões:161 x 233 x 19 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 314
 
Nos finais do século XIX, José Leite de Vasconcelos registava a presença de uma comunidade de origem africana instalada na região alentejana do Vale do rio Sado. Retomando a questão em 1920, Vasconcelos chamou a atenção para as múltiplas fórmulas que eram utilizadas para designar esses homens e mulheres de pele escura que seriam descendentes de africanos escravos ou livres, ali instalados há séculos, sem que se conhecesse a origem dessa instalação: Pretos do Sado, Carapinhas do Sado, Atravessadiços, Mulatos do Sado.

Constituindo um grupo singular pela sua permanência secular e pela sua especificidade física no espaço alentejano, os «Pretos do Sado» definiam-se igualmente pelo desinteresse da comunidade científica perante a necessidade de esclarecer a sua existência histórica. Este estudo pretende dar a conhecer a história de homens e de mulheres oriundos do continente africano, trazidos como escravos e que foram instalados durante séculos no território do Vale do Sado, provavelmente a partir de finais do século XV.

Mas o espaço temporal deste trabalho estende-se através dos séculos seguintes, procurando nas dinâmicas económicas, sociais e políticas da história de Portugal, os elementos que permitem compreender a sua presença ligada a culturas extensivas como a do arroz a partir do século XVIII e a sua consolidação como comunidade estabelecida, afirmando uma identidade alentejana e portuguesa, que exclui hoje quaisquer marcas culturais significativas de um passado africano.

Sabina e os Mistérios da Vida O Alentejo entre as tradições e a mudança de João Mário Caldeira

Milheiras, 26.04.24

Título: Sabina e os Mistérios da Vida

O Alentejo entre as tradições e a mudança

Autor:  João Mário Caldeira
ISBN: 9789895661305
Edição ou reimpressão: novembro de 2021
Editor: Edições Colibri
Idioma: Português
Dimensões:158 x 230 x 14 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 202
 
Olhava distraidamente as mãos, as costas das mãos. Via-se velha ou a caminhar para lá. O pregueado da pele e o curso das veias são, para além de um mapa, um calendário. Ainda que Braga a tivesse perfilhado como médica, insistiam vozes que os sinos da cidade não calavam: - O Tói agrada-te, Sabina? - Gosto de olhar para ele... Tempo longínquo, intacto, sofrido, em carne viva.

Rosália A menina exposta da roda de Florbela Teixeira

Milheiras, 12.04.24

Título: Rosália - A menina exposta da roda
Autor:  Florbela Teixeira
ISBN: 9789896899103
Edição ou reimpressão: novembro de 2019
Editor: Edições Colibri
Idioma: Português
Dimensões: 158 x 229 x 15 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 210
 
Rosália, uma bela jovem duriense nascida em parte incerta a 20 de abril de 1802, criada na Casa do Adro pelo padre e pela criada, anseia por descobrir as suas origens. Levada pelas memórias que encerra a sete chaves no seu coração, parte numa viagem atribulada ao encontro do passado. Na sacristia da igreja de S. Salvador do Unhão, consulta, com avidez, os livros paroquiais de registo de batismo. Uma terrível e confrangedora surpresa a aguarda! "Rosália, exposta da roda!", um murmúrio constante e abrasador que lhe domina o pensamento e aflige o coração.
Portugal oitocentista é o palco e a ambiência económica, social, cultural e política da história de Rosália e do padre Amorim. Dá cor à narrativa e envolve o leitor, arrastando -o numa viagem pelo passado, ao encontro da identidade de Rosália e das aventuras e desventuras da pátria lusitana. Um país de gente orgulhosa, que luta com afinco pela independência e pela libertação do jugo de forças francesas e inglesas, e que muito quer ser a metrópole de um império e casa mãe da família real. Uma guerra fratricida, liberais versus absolutistas, irá marcar a história de vida das personagens e a História de Portugal.
Os expostos da roda ou enjeitados, crianças abandonadas por mães, cuja condição de extrema pobreza lhes não permitia criá-las ou que, dado o seu estado de solteiras, e em defesa da honra da família, se viam impelidas a rejeitar os filhos indesejados, fazem parte do nosso imaginário histórico. Não raras vezes fruto de amores incestuosos, sacrílegos ou adúlteros, eram a semente do medo e da vergonha para a mulher, já que ao homem não eram cobrados quaisquer encargos parentais.

Quando Lisboa Tremeu de Domingos Amaral (Opinião)

Milheiras, 01.04.24

Início da leitura: 29 de Março de 2024

Terminus: 01 de Abril de 2024

Título: Quando Lisboa Tremeu
Autor:  Domingos Amaral 
ISBN: 9789896602055
Edição ou reimpressão: 03-2012
Editor: BIS
Idioma: Português
Dimensões: 123 x 188 x 22 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 432
 
Opinião:
 
Apesar das 432 páginas foi um livro fácil de ler, apesar de ser sobre umas das maiores catástrofes tem uma história que o enreda e nos faz querer ler mais, valeu estes dias de chuva que não nos deixaram sair e assim foi dedicando o meu tempo à leitura.
Não posso dizer que foi dos melhores que li, mas soube bem...
 
Excerto:
 
"As cidades não são apenas espaços prédios e vidas e monumentos e pessoas desconhecidas. São, acima de tudo, partes do nosso ser, da noss vida, dos nossos sentimentos, das nossas memórias; camadas e camadas de vivências humanas que se vão sobrepondo, umas sobre as outras."