Título: Viver com Alzheimer

O amor não se esquece

Autor: Jose Luis Molinuevo

"Se existe drama com que a sociedade portuguesa dos nossos dias se deve preocupar, para além da subida da taxa de desemprego e da crise que, nesta altura, afecta o nosso País, é com a preocupante baixa de natalidade e o aumento da esperança média de vida.
Portugal é um país envelhecido, com uma população idosa a aumentar e com respostas sociais cada vez menos humanizadas e apoios financeiros inexistentes. As várias abordagens que a discussão desta matéria permite deve obrigar Instituições, Autarquias, Governo e cidadãos a uma maior interação nas suas várias e diferentes esferas de intervenção, procurando formas de atenuar os danos provocados pela indiferença de uma sociedade cada vez mais egoísta e individualista, mas onde os idosos têm um lugar próprio, com um património cultural a formativo que o futuro não pode desperdiçar, antes deve valorizar e estimar."
Do prefácio
Carlos Silva - Presidente da UGT Coimbra

A Transição para a Reforma/ Aposentação: Contributos para a Adaptação apresenta o fenómeno nas relações de trabalho e a progressiva passagem à situação da reforma/aposentação de milhares de homens e mulheres que se encontram na plenitude das suas capacidades físicas e mentais. A Adopção de novas tecnologias informáticas e organizacionais, a pressão pelo cumprimento de objectivos comerciais, impostos na maior parte das vezes com recurso a formas violentas de agressão moral e psicológica dos trabalhadores, conduzem a uma inexorável vontade de abandono da vida activa muito antes do seu tempo normal e expectável.
A obra resulta de um conjunto vasto de reflexões de que surgem no âmbito do Congresso Internacional de Gerontologia Social, Transição para a Aposentação, Contributos para a Adaptação.
A obra é composta por 15 capítulos abordando os temas de Educação para a Reforma, Envelhecimento Activo e Bem Sucedido, A Avaliação o perfil do Cuidado de Enfermagem Geriátrico em hospitais de Portugal, A Política ao idoso no Brasil, Comportamentos de risco nos idosos, Vulnerabilidade, velhice e doença, O efeito da Religiosidade no optimismo de internalidade e de externalidade, O idoso como um todo, Saberes em palavras, Suicídio na Reforma, Satisfação com a vida, Atribuição de (in) sucessos e expetativas futuras, Alterações Visuais nas pessoas idosas e suas repercussões no quotidiano, A aposentação e envelhecimento: qualidade de vida, recursos e vulnerabilidades e Modernização Reflexiva.

Nos diversos cenários de ajuda às pessoas idosas, os cuidadores não podem contentar- se com a boa vontade para enfrentar as necessidades com que deparam. É preciso adquirir alguns conhecimentos e treinar-se nalgumas técnicas ou capacidades para se cuidar bem dos idosos. A formação em três vectores - o dos conhecimentos, o das capacidades e o da dimensão afectiva das atitudes - constitui um dever ético de todos os cuidadores. Formar-se neste âmbito é também um modo de educar-se para cuidar do idoso, porque a pessoa que não está bem preparada terá de gastar mais energias com piores resultados e menos satisfação na relação.

A modernidade tirou ao idoso este lugar priviligiado, pois os conhecimentos hoje mudam constantemente, acabando este por ficar confinado a um papel secundário ou mesmo desvalorizado. Ele já não sabe tudo e por vezes já não sabe nada deste mundo em mudança constante.

Se por um lado vive mais tempo com maior saúde e pode em muitos casos ter uma pós-reforma muito agradável, por outra a falta de saúde, a dependência provoca muitas angústias, onde cada um se projeta neste sentimento insuportável da morte que se aproxima e da vida que chega ao fim. Valoriza-se a juventude e cada um tenta recuar as portas do envelhecimento com tudo o que tem à sua disposição para rejuvenescer.

A institucionalização é sempre um momento difícil, mais para uns do que para outros, pois o sentimento de perda é variável em função do sujeito, da sua história de vida e da sua capacidade a fazer face ao luto. Mas deixar a sua casa pode ser um momento de crise, com a perda do seu território, com o sentimento de abandono dos seus familares que o deixaram em « casa alheia ». Quer para os pais, quer para os filhos é um momento difícil.

Filomena Bayle in Prefácio
Psicóloga e Psicoterapeuta

Este livro resulta da investigação realizada no âmbito do Doutoramento em Sociologia, que se centrou na análise da prestação de cuidados a pessoas idosas dependentes em contexto familiar e das implicações que a assunção dessa responsabilidade tem nas interações entre os diferentes atores com enfoque na análise das Relações Familiares Intergeracionais e de Germanidade.

Nesta Investigação, procuramos responder a uma questão central: em que medida o lar, com as suas regras e normas de funcionamento, o clima relacional que propicia e produz, os espaços que oferece e as oportunidades e actividades que proporciona, contribui para a preservação e reforço da identidade dos idosos ou, pelo contrário, contribui para a sua aniquilação e mortificação?

A Autora começa por analisar a evolução demográfica quer a nível europeu quer em Portugal e respectivas perspectivas até 2060 tecendo algumas considerações socio-sanitárias, tendo em vista estratégias de intervenção.
Numa segunda parte analisa as alterações normais que um idoso pode sofrer durante um processo de envelhecimento não patológico com implicações na sua alimentação, bem - estar e qualidade de vida, bem como numa intervenção terapêutica.
Segue-se uma parte elaborada por colaboradores em que se tecem considerações sobre o cérebro e seu envelhecimento e se descrevem alguns aspectos psico-sociais do envelhecimento. Finalmente são descritas algumas estratégias para bem envelhecer.

A importância atribuída à memória tem vindo a aumentar nas nossas sociedades, em parte pela avalanche de informação que temos de gerir todos os dias e, principalmente, pelo receio de a doença ou o envelhecimento nos privar dessa memória. A doença de Alzheimer é particularmente temida nos nossos tempos porque percebemos que nos priva da identidade - deixamos de saber quem somos e qual o nosso lugar no mundo.

A literatura e o cinema estão plenos de referências a casos de perda de memória de modo súbito, em que o protagonista fica em situação mais ou menos perigosa. O nosso imaginário está, portanto, repleto de imagens e de conceitos acerca da memória (ou da falta dela). No entanto, poucos conhecem com pormenor o que é a memória e como funciona, que pode ser afectada em diversas situações (como a falta de sono) e, mais importante ainda, o que pode ser feito para melhorar o seu funcionamento.

Este livro pretende trazer os conhecimentos da Neurociência para a vida prática, revelando o que de mais recente se sabe sobre a memória, as situações que a podem alterar e como melhorá-la em qualquer idade.

Conteúdo:
A construção da memória
Os problemas da memória
Doenças e medicamentos: influência na memória
Recuperar e melhorar a memória

Índice

I - A Construção da Memória
1. Como funciona a memória
2. Fisiologia da memória - a memória ao microscópio
3. A geografia da memória - estruturas anatómicas e tipos de memória
4. Como aprendemos a aprender e a esquecer

II - Os problemas da memória
5. O esquecimento
6. Tipos de amnésias
7. Perturbações psicogénicas da memória
8. Perturbações orgânicas da memória
9. Amnésia infantil
10. Memória sem limites
11. Memória e emoção
12. Memória voluntária e involuntária
13. Memórias falsas

III - Envelhecimento, Doenças e Medicamentos: influência na Memória
14. As dificuldades de memória do idoso
15. Depressão e memória: interacções
16. Doenças com Perturbação da Memória
17. Demências e memória
18. Medicamentos e perturbações da memória e cognição

IV - Recuperar e melhorar a memória
Introdução
19. Reabilitação da memória após lesão cerebral
20. Intervenção cognitiva na demência
21. Estratégias para melhorar o funcionamento da memória

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